12 de março de 2010

HPB a Enfermidade do Cão Idoso

Cerca de 100% dos cães machos não castrados desenvolvem Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) na senilidade.

Por
Dan
iel Angrimani
Aluno do 10° Semestre de Medicina Veterinária da UENP-CLM

A próstata é a única glândula acessória do cão. Localiza-se próxima ao reto e à bexiga e suas funções são variadas. Entre elas, pode ser destacada a produção do líquido prostático, que viabiliza os espermatozóides, após a ejaculação.
A HPB (hiperplasia prostática benigna) é a afecção de próstata mais comum entre os cães. Por sinal, as únicas espécies animais, onde há relatos de sua ocorrência, são a canina e a humana.
A HPB é uma consequência natural do envelhecimento. Ela acontece, em razão de um desequilíbrio fisiológico entre a relação de estrógeno e andrógeno no organismo do animal. Esse desequilíbrio gera uma hiperplasia (aumento do tamanho das células) e uma hipertrofia (aumento do número de células), que irão causar aumento da glândula e consequentemente pressão sobre o reto e as estruturas próximas à próstata.
Como a HPB é uma enfermidade hormônio dependente, os animais castrados não desenvolvem a doença. Nos animais não castrados sua prevalência é de aproximadamente 100% em cães com mais de nove anos.
Os sinais clínicos apresentados por um cão que sofre de HPB são:
- sangue na urina;
- secreção proveniente da uretra, não relacionada com a micção;
- dificuldade em defecar;
- infertilidade.
Em alguns casos, o cão tem a doença, mas não apresenta sinais. Neste caso, o quadro é chamado de “assintomático”.
O diagnóstico deve ser sempre feito por médico veterinário. Ele pode utilizar recursos complementares como raio X e ultrassom, com o intuito de visualizar o aumento prostático e também pode realizar a palpação retal para descartar outras afecções prostáticas.
O tratamento mais eficaz para HPB (hiperplasia prostática benigna) é a orquiectomia (castração). Em até nove semanas, é esperada a redução de 70% do tamanho da próstata, fim dos sinais clínicos e ainda, a não existência de perigo de a enfermidade retornar.
Outro método para tratar a doença é o uso de fármacos, como os inibidores da 5-alfa redutase. O custo deste medicamento é elevado e esse tratamento teria de ser vitalício. Caso a terapia seja interrompida, depois de sete semanas, a próstata volta a desenvolver a HPB.


Referência: BARSANTI, J.A. FINCO, D.R. Moléstias Prostáticas do cão. In: In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A., 2004.

Revisão e Correção: Mestranda Fernanda Machado Regazzi
Reprodução Animal
FMVZ-USP
São Paulo – São Paulo