28 de outubro de 2009

Toxoplasmose X Gravidez - Abrir mão da companhia do gato garante proteção?

Por
Vívian Ferreira Zadra
Aluna do 8° Semestre de Medicina Veterinária da UENP-CLM

A Toxoplasmose é uma zoonose, doença transmitida dos animais para os seres humanos, causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, que causa doenças em diferentes espécies animais, inclusive nos gatos e no homem. Nos humanos 80 a 90% não apresentam sintomas, mas podem ser identificados por exames sorológicos.
O gato se infecta com o T. gondii ingerindo carne crua, baratas, ratos, lagartixas e pássaros. O felino é a única espécie que pode eliminar o oocisto (ovo) do T. gondii pelas fezes, portanto é o único a transmitir o parasita, sendo o hospedeiro definitivo. Acariciar um gato e tê-lo como animal de companhia não representa perigo, assim como mordidas ou arranhões também não transmitem toxoplasmose.
Os cães, bovinos, suínos, caprinos, ovinos e aves podem albergar o protozoário em sua musculatura, portanto quando ingerimos carne crua dessas espécies estamos expostos à infecção.
Os seres humanos podem se infectar por ingestão de carne crua de animais infectados com o protozoário, pelo consumo de leite cru fundamentalmente de cabra, ingestão de água contaminada onde não há saneamento básico, contato com gatos infectados que eliminam cistos no ambiente, areias e terras contaminadas com fezes de gatos doentes, e pela via transplacentaria, ou seja, de uma gestante infectada para o feto.
A infecção por Toxoplasma em mulheres grávidas pode levar à doenças graves para os fetos, com comprometimento da visão, seqüelas neurológicas e até o aborto. O tratamento da infecção durante a gestação não confere imunidade ao feto. Atualmente existe o tratamento e controle para a doença em humanos, mas ainda não há vacinas para prevenir a infecção.
As mulheres grávidas devem evitar a manipulação das caixas de areia dos gatos ou terra. Caso não tenha outra pessoa para fazer a limpeza diária, deve utilizar luvas para remover as fezes, não ingerir carne crua, lavar bem frutas e vegetais. Para que o seu gato não se torne um transmissor não deixe que saia para caçar, não dê carne crua, vísceras ou ossos, controle os insetos, baratas e roedores no ambiente.
Portanto, se todas as medidas de prevenção forem tomadas não há a necessidade de eliminar os gatos de estimação das mulheres grávidas.



CICLO TOXOPLASMOSE:



Referências:
NELSON E COUTO. Medicina Interna de Pequenos Animais. 3ªEDIÇÃO. 2006.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0021-75572003000100012&script=sci_arttext&tlng=pt Data do acesso: 18/09/2009
Leitura adicional:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302008000300018&lng=en&nrm=iso&tlng=pt Data do acesso: 18/09/2009
http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/5276/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o%20Cibele%20Vargas.pdf Data do acesso: 18/09/2009


Revisão e Correção: Prof. Ademir Zacarias Junior

Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais

Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP Bandeirantes – Paraná

8 de setembro de 2009

O Risco de TVT para os Cães

A Enfermidade é transmitida durante o momento do coito e as vítimas são animais jovens e com vida livre.

Por
Daniel Angrimani
Aluno do 9° Semestre de Medicina Veterinária da UENP-CLM

Seu cão (ou cadela) não é castrado? Tem acesso frequente à rua?
Se a resposta para essas perguntas for sim, seu animal corre risco de contrair Tumor Venéreo Transmissível. O TVT é uma neoplasia com alta frequencia em regiões de clima quente, como Bandeirantes e municípios vizinhos, e acomete em sua maioria animais sexualmente ativos, de faixa etária jovem e com vida livre.
A enfermidade é transmitida, durante o momento do coito. Durante o acasalamento, ocorre a esfoliação das mucosas genitais dos cães o que promove a implantação de células tumorais de um cão doente para um sadio. Entretanto, a doença também pode ser disseminada por lambedura, arranhaduras ou o simples fato de cheirar um animal acometido no local onde o tumor está inserido.
O animal com TVT pode apresentar como sinais clínicos: gotejamento de sangue a partir da região peniana ou da vagina, lambedura excessiva na área genital e, em alguns casos, pode-se observar o tumor, que se assemelha muito com uma “couve-flor” avermelhada. A doença pode se localizar nas genitálias, na cavidade oral, no focinho ou em outros locais do corpo do animal.
O TVT tem baixo potencial metastático. Isso significa que não é comum o tumor se espalhar pelo organismo dos cachorros acometidos pela doença.
Seu tratamento é essencial em razão da fácil transmissão para outros cães e pelo desconforto trazido ao animal. É imprescindível, ao aparecimento de qualquer um dos sinais citados, buscar ajuda de um médico veterinário, para que este trate o animal doente. Quanto mais cedo o tratamento se iniciar, mais eficaz tende a ser.
É importante lembrar que a castração é o método mais eficaz para prevenir o TVT nos cães. Outra forma de evitar que seu animal seja contaminado é mantê-lo seguro em casa. Se for sair, só na companhia do dono, preso em uma coleira.



Revisão e Correção:
Prof. Ademir Zacarias Junior
Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
Bandeirantes – Paraná

Boletim GEPA n°1

Bandeirantes, 9 de setembro de 2009

BOLETIM GEPA – Criado em 2009, o Boletim GEPA tem como objetivo promover um intercâmbio de informações, voltado para o público leigo e também acadêmico (estudantes e profissionais formados) sobre a saúde de animais domésticos.

PÚBLICO - Em linguagem direta e objetiva, o site busca esclarecer dúvidas; orientar proprietários sobre seu animal; auxiliar estudantes de Medicina Veterinária em pesquisas; e ainda promover atualizações de profissionais formados na área.

EQUIPE – Os textos publicados no Boletim GEPA são em sua grande maioria de autoria de estudantes de Medicina Veterinária da UENP (Universidade Estadual do Norte do Paraná) - Campus Luiz Meneghel. Os artigos são selecionados pela Comissão Organizadora do GEPA (Grupo de Estudos de Pequenos Animais) e levados para revisão e correção dos docentes da Universidade.

Esperamos que os textos cumpram seu papel de informar e esclarecer, entretanto, é válido lembrar que levar seu animal ao veterinário, regularmente, é essencial para a saúde e o bem-estar do mesmo.

Obrigado.

Equipe Organizadora:
GEPA - (Grupo de Estudos de Pequenos Animais) - Formado por alunos da UENP-CLM.
Docente Responsável - Prof. Ademir Zacarias Junior
Clínica Cirúrgica de Pequenos Animais
Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP